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Saúde: Por que pessoas se matam? - Psicóloga Fernanda Ferreira

03/09/2024

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A questão do suicídio é uma preocupação global significativa, e as estatísticas da ONU e da OMS ilustram a gravidade do problema: cerca de 700 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano, o que representa uma morte a cada 40 segundos.

O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, evidenciando a vulnerabilidade dessa faixa etária.

Sob a perspectiva da Psicologia Comportamental, o comportamento suicida é visto como uma tentativa desesperada de escapar de uma dor insuportável. Para essas pessoas, o sofrimento psicológico ou emocional atinge um nível tão elevado que parece não haver outra saída. Elas não desejam necessariamente morrer, mas sim eliminar a dor que se tornou intolerável.

Os fatores que levam ao suicídio são multifacetados e incluem transtornos mentais como

  • depressão;
  • ansiedade e transtorno bipolar;
  • problemas socioeconômicos;
  • experiências traumáticas;
  • abuso de substâncias; e, frequentemente,
  • falta de suporte emocional.

Diante desse cenário, a intervenção terapêutica é essencial. A terapia comportamental, em particular, foca na identificação e modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais, oferecendo estratégias concretas para lidar com o sofrimento e encontrar alternativas viáveis ao suicídio.

É fundamental lembrar que o suicídio é, em muitos casos, previsível. As pessoas em risco frequentemente dão sinais, como mudanças de comportamento, isolamento social e falas que refletem desesperança ou perda de interesse pela vida. Infelizmente, esses sinais muitas vezes passam despercebidos pela correria do dia a dia. Nesse contexto, a intervenção precoce é vital.

O papel do terapeuta é ajudar o indivíduo a enxergar que há soluções, mesmo que no momento pareçam invisíveis. A terapia pode ser a luz no fim do túnel, ajudando a pessoa a reconhecer alternativas e a redescobrir o significado da vida.

Além disso, é essencial que a sociedade, como um todo, desenvolva a habilidade de escutar e acolher. Pequenas atitudes de empatia e atenção podem fazer uma diferença enorme.

Ao abordarmos o suicídio sob uma perspectiva comportamental, o foco está em compreender o comportamento no contexto de sua função e trabalhar para promover mudanças que tragam alívio e esperança. A prevenção do suicídio exige um esforço coletivo, e todos têm um papel a desempenhar.

Se você precisar de mais informações sobre estratégias preventivas ou intervenções terapêuticas, estou à disposição para ajudar.

Psicóloga Fernanda Ferreira da Silva
CRP 06/167794
(19) 97817-5476
ferreiraeferreira30@gmail.com

IAP - Instituto Aprender
Rua Francisco Demasi, 264
Vila Maria - Mococa/SP

 

 

 

A Importância da Terapia Cognitivo-Comportamental no Combate à Depressão e Prevenção ao Suicídio

Nos últimos anos, a saúde mental tem ganhado destaque nas discussões sobre bem-estar e qualidade de vida, impulsionada por um crescimento alarmante nos índices de depressão, transtorno bipolar e suicídio. Diante desse cenário, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) desponta como uma ferramenta crucial no tratamento dessas condições, oferecendo esperança e resultados comprovados para milhares de pessoas.

A TCC é uma abordagem psicoterapêutica que se baseia na ideia de que nossos pensamentos influenciam diretamente nossas emoções e comportamentos. Desenvolvida na década de 1960, essa forma de terapia propõe que, ao identificar e modificar padrões de pensamento distorcidos ou negativos, é possível alterar também as respostas emocionais e comportamentais que levam ao sofrimento. Essa técnica se mostrou eficaz no tratamento de uma ampla gama de transtornos, incluindo depressão, ansiedade, transtorno bipolar e, notavelmente, na prevenção ao suicídio.

Depressão e Transtorno Bipolar: Transtornos Desafiadores

A depressão, uma das doenças mentais mais comuns no mundo, é caracterizada por sentimentos persistentes de tristeza, perda de interesse em atividades cotidianas, fadiga e, em casos graves, pensamentos suicidas. O transtorno bipolar, por sua vez, é marcado por oscilações extremas de humor, que vão desde episódios de euforia (mania) até períodos profundos de depressão. Em ambos os casos, a TCC tem se mostrado uma aliada valiosa.

Estudos indicam que a TCC não apenas ajuda a reduzir os sintomas de depressão, mas também ensina os pacientes a desenvolverem habilidades para lidar com crises futuras. Ao promover a reestruturação cognitiva, a TCC permite que os indivíduos reconheçam padrões de pensamento autodestrutivos e os substituam por formas mais saudáveis de interpretar suas experiências. Essa mudança na perspectiva pode ser crucial para evitar que os sentimentos de desesperança evoluam para ideações suicidas.

Prevenção ao Suicídio: Um Desafio Global

O suicídio é um problema de saúde pública global, com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontando que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano. A TCC, quando aplicada como parte de um plano de tratamento abrangente, tem sido reconhecida por sua eficácia na redução do risco de suicídio, especialmente entre pessoas que já tentaram tirar a própria vida ou que apresentam pensamentos suicidas recorrentes.

A terapia oferece aos pacientes ferramentas práticas para lidar com pensamentos de desesperança e impulsividade, dois fatores de risco significativos para o suicídio. Além disso, a TCC ajuda os pacientes a desenvolverem um plano de segurança pessoal, que inclui estratégias de enfrentamento, identificação de gatilhos e a construção de uma rede de apoio, composta por familiares, amigos e profissionais de saúde.

O Papel dos Profissionais de Saúde e da Sociedade

É essencial que os profissionais de saúde estejam capacitados para identificar sinais de depressão, transtorno bipolar e risco de suicídio, encaminhando os pacientes para a TCC sempre que apropriado. Além disso, a sociedade como um todo precisa entender a importância da saúde mental e combater o estigma que ainda cerca as doenças mentais e os tratamentos psicoterapêuticos.

Investir em saúde mental não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas de saúde pública. Programas de prevenção, que incluam a disseminação da TCC, podem salvar vidas e reduzir significativamente o número de pessoas que sofrem em silêncio.

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma ferramenta poderosa no combate à depressão, transtorno bipolar e na prevenção ao suicídio. Comprovadamente eficaz, a TCC oferece aos pacientes a oportunidade de reescreverem suas histórias, substituindo o desespero por estratégias práticas de enfrentamento e superação. Em um mundo onde as taxas de doenças mentais continuam a crescer, a TCC se destaca como uma esperança real e acessível, capaz de transformar vidas e prevenir tragédias.

 

*Publicado na edição 1836 de 31 de agosto de 2024



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